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O drama das famílias afetadas de Brumadinho

Uma cidade devastada por lama, um lugarejo destruído pela insensatez do capital. Estamos aqui a definir Brumadinho, que está a 60 quilômetros de distância da capital mineira, instalada na Região Metropolitana.  Um local que transmitia paz, valor histórico, cultural e gastronômico e que, agora, é conhecido por ter sido tragado pela lama produzida pela empresa Vale. Como superar a perda? Como conviver após o lamaçal que arrastou vidas humanas?

As buscas pelos desaparecidos continuam, mas já não há muito esperança. O tempo passa rápido, o que era líquido com restos de metais pesados agora está endurecido, dificultando o processo de resgate. Moradores, trabalhadores da empresa, animais e a natureza, tudo afundado pela inoperância de gestores que visam o lucro – como sempre funcionou o Brasil.

Os bens da empresa foram rapidamente bloqueados pela Justiça do Trabalho, como garantia no pagamento de indenizações das famílias e trabalhadores afetados pelo desastre que já havia sido anunciado, pois a própria empresa instalou sirenes para avisar o risco de qualquer emergência, mas o sinal da catástrofe não foi dado.

O pedido do bloqueio foi requerido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), exatamente o mesmo órgão que, outrora, ainda no período eleitoral, foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, que classificou o equipamento de amparo ao trabalhador “de obstáculo para o desenvolvimento do país”. À época, as criticas foram rebatidas pelos juristas, que consideraram o MPT uma das mais importantes conquistas do processo de redemocratização do país.

E, assim, seguimos em um país de ingerências políticas. Em uma nação de privilégios para as grandes indústrias, que muito se importa com o ganho e despreza as consequências provocadas no processo de produção da matéria-prima. Onde somente trabalhadores que executam as ordens da empresa são presos e os gestores responsáveis permanecem em liberdade.

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