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Estamos diante de um governo que não respeita trabalhador

No dia 10 de fevereiro passado, o governador Camilo Santana, do Partido dos Trabalhadores (PT) assinou o DECRETO de nº 33466 que visa aumentar o desemprego no setor de transportes rodoviários, pois possibilita a demissão de todos os cobradores de ônibus intermunicipais, metropolitanos e precariza o trabalho dos motoristas, uma vez que, sem cobradores, os motoristas terão que embarcar e desembarcar a bagagem dos passageiros, além de ter que emitir os bilhetes de passagens, aumentando a carga de trabalho destes, a dupla função que certamente contribuirá para o adoecimento dos motoristas e para aumentar os riscos de acidentes.

O governo estadual justifica tamanha aberração enaltecendo o uso da tecnologia no transporte público, ao mesmo tempo em que esquece que dispensar o serviço de cobradores aumentará o número de desempregados no Estado e a sobrecarga de serviços para os motoristas no serviço convencional “que tem embarque e desembarque de bagagens e conferência dos tickets durante o percurso”, além do acréscimo de emissão de passagens.

Sem dúvida trata-se de uma ação tipicamente patronal e insensível de um governo que ainda tem a desfaçatez de dizer que é representante dos trabalhadores. A retirada dos cobradores colocará os passageiros em risco a partir do momento que o motorista desce para retirar ou depositar as malas nos bagageiros, pois o ônibus ficará em funcionamento com a porta aberta, colocando a viagem em risco, já que poderá existir alguém mal intencionado, embriagado, drogado ou com problemas psicológicos e, estes poderão assumir o controle da direção. Vale destacar que os passageiros que necessitarem de informações acerca do percurso ou simplesmente sejam peças de imprevistos no percurso estarão desassistidos, já que o profissional tem como foco, até por medida de segurança, uma atenção redobrada nas estradas que definem o itinerário.

Como fica a segurança, o estado emocional e psicológico do motorista sobrecarregado com essas funções que antes eram do cobrador? A alteração somente traz benefícios aos empresários que estarão livres para demissões em massa como já ocorre em Fortaleza nas linhas de ônibus urbanos, causando o desemprego de mais de 4.000 cobradores. Somos a favor da tecnologia quando ela não vem na contramão de melhores condições de trabalho, segurança e bem-estar dos usuários.

Destacamos que antes desse conceito impopular e desumano adotado pelo governador Camilo Santana, a diretoria do Sinteti já havia buscado, através de parlamentares cearenses, a ampliação das discussões em audiência pública, assim como no Ministério Público do Trabalho (MPT). Por fim, asseguramos que o departamento jurídico do Sinteti ajuizará uma ação civil pública perante a Justiça do Trabalho contra o famigerado decreto governamental para evitar as demissões em massa e a dupla função do motorista.

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